quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Los indignados de la Puerta del Sol - Madrid

A histórica praça Puerta Del Sol em Madrid tem sido centro de manifestações de jovens espanhóis conhecidos como “Los Indignados”. Os integrantes do movimento, revoltados com a situação econômica do país, reivindicam uma maior representação popular nas tomadas de decisões políticas que, segundo eles, não atendem as necessidades reais da população.
Desemprego, corrupção, banqueiros, bancos e o capitalismo em si, são os principais alvos das críticas dos indignados. Incitações contra a nova ordem mundial e incentivo a investigações sobre os atentados de "onze de setembro" também fazem parte do cenário.
  Em junho desse ano tive a oportunidade de ver e fazer      algumas fotos da Puerta del Sol,  de seus cartazes, suas barracas e dos próprios revoltosos fazendo barulho em prol das suas necessidades.
 Fonte: Protestas en la Puerta del Sol / Victor Lerena (EFE)
 Desde 15 de maio, quando o grupo espanhol do 'Democracia Já', convocou uma manifestação na Praça do Sol, até os protestos em 92 países neste 15 de outubro passaram-se apenas cinco meses. 

A história apertou o passo nesse curto periodo do calendário. 

A passeata original de maio deu lugar a um acampamento de algumas dezenas de pessoas, expulsas pela polícia na manhã seguinte. Nos dias 17 e 18 de maio, então, um mar de indignados ocupou o lugar e montou ali um novo acampamento com milhares de pessoas.
Fonte:POLITICA ELECCIONES MOVIMIENTO 15-M ESPAÑA PARTIDOS POLÍTICOS MANIFESTACIONES MADRID PSOE PP IU





 A ordem neoliberal tornou-se uma usina de desordem global. Seus líderes não lideram. Seus instrumentos não respondem aos estímuos. Suas soluções complicam. 




O termo 'indignado' globalizou-se. Surgiu o 'Ocupe Wall Street que mirou com argúcia o alvo da indignação. Até que esse sentimento tornou-se o novo idioma político global, compartilhado por um milhar de cidades em todos os continentes.





Ao ver a praça tomada pelos indignados não posso deixar de pensar que está mais do que na hora de voltarmos às ruas para dizer que as políticas convencionais não respondem mais às angústias e demandas da sociedade.





Jon já estava animado no domingo, quando liderava a manifestação de 15 de maio. Chegando na altura do Circulo de Bellas Artes rua Alcalá, em Madrid, olhou para trás, toda cheia de pessoas até Cibeles. "Eu quase começo a chorar, olhei e vi todo mundo com a ilusão na cara,  é possível! ". Jon, estudante de arquitetura de 26 anos, discurso articulado, foi porta-voz do movimento  Democracia Real Ya. Aconteceu na terça-feira 17 de maio,  a terça-feira mágica, às oito horas da tarde, na Puerta del Sol. Jon conta sua história com orgulho, com paixão"Acabamos de escrever a história Não há como voltar atrás."
Com o mais novos na frente e a presença dos que querem um futuro, milhares de desempregados, desempregados de longa duração, aqueles que se encontram com a hipoteca à beira do despejo, os que temem a chegada de um novo projeto de lei, as pessoas afectadas pelos cortes, decepcionados com a pobreza do discurso político, indignados com o marketing eleitoral, todos esses, juntos com uma geração muito preparada à sombra de São Google, decidiram ir às ruas.
Fonte: Protestas en la Puerta del Sol / Victor Lerena (EFE)

Como é possível que tenha havido o despertar de modo abrupto em tão pouco tempo? Certos mundos analógicos têm dificuldade em compreender a dinâmica da rede e a propagação instantânea e viral de mensagens. O rápido feedback, o efeito de contágio e os efeitos multiplicadores. Certos mundos analógicos têm problemas para entender como isso pode funcionar, uma estrutura horizontal, sem líderes, sem hierarquias. Onde todos contribuem. Onde todos se sentem parte. Pues, por lo que se vê, funciona. Fonte: Protestas en la Puerta del Sol / Victor Lerena (EFE)